A imposição de um "plano" social, ou de um conjunto de "planos sociais", para toda a sociedade — sendo essa a característica que define todas as variedades de socialismo — terá sempre os mesmos efeitos, não importa se forem instituídas por uma democracia ou por uma ditadura.
Toda a história comprova que os efeitos do socialismo são, sempre e em todo lugar, empobrecimento maciço, destruição das liberdades civis, governos tirânicos, população inteiramente dependente das migalhas do estado para a sobrevivência, e enriquecimento da classe governante. Todos os indivíduos se tornam igualmente pobres, ao passo que a elite política segue vivendo nababescamente. Foi assim na União Soviética, é assim no socialismo africano, no socialismo latino-americano, e em qualquer outro tipo de socialismo.
Na mais branda das hipóteses, o socialismo transforma as pessoas em crianças mimadas, as quais estão constantemente exigindo mais benesses gratuitas à custa ... delas próprias. No entanto, na mais brutal — e mais realista — das hipóteses, o socialismo se torna um pesadelo totalitário em que todos os dissidentes são perseguidos e assassinados aos milhões, como ocorreu em todos os exemplos de socialismo implantado ao redor do mundo no século XX.
O socialismo é, sempre e em todo lugar, um veneno econômico por causa de várias razões fundamentais.
1) Para começar, ele destrói os incentivos para se trabalhar e prosperar.
2) Adicionalmente, ele também se baseia na obtusa — e risível — ideia de que alguns poucos políticos são iluminados e oniscientes ao ponto de possuir exatamente todo o conhecimento que está disperso na sociedade entre milhões de consumidores, empreendedores, trabalhadores, administradores, gerentes, investidores e demais pessoas que participam da economia e que tomam decisões econômicas diariamente. Para o socialismo, esta casta política onisciente não apenas detém todo este conhecimento disperso na sociedade, como também sabe perfeitamente como utilizá-lo de modo a satisfazer todas as demandas da sociedade.
3) Para completar, o socialismo afirma que é perfeitamente possível tomar decisões econômicas racionais sem que haja propriedade privada dos meios de produção, preços livremente determinados pelo mercado (interação entre oferta e demanda), e um mecanismo de mercado que recompense com lucros aqueles que souberam servir aos consumidores e com prejuízos aqueles que falharam nesta empreitada.
Ao ignorar estas três realidades básicas, o socialismo consegue gerar sofrimento humano em escala inimaginável.
O elo entre socialismo e inanição
Nunca é demais relembrar aos defensores do socialismo, ou mesmo aos defensores de "algumas ideias" do socialismo, tudo o aquilo que o socialismo de fato gerou — principalmente nas economias mais pobres do mundo.
Infelizmente, já virou lugar-comum falar sobre a tragédia que está ocorrendo na Venezuela, em que a escassez e o desabastecimento gerados pelas políticas socialistas do governo estão fazendo crianças morrerem como moscas em hospitais, mulheres saírem no braço para conseguir um pacote de arroz, e homens terem de se rebaixar à primitiva atividade de caçar cachorros, gatos e pombos nas ruas para ter do que se alimentar. (Veja os mais recentes relatos aqui).
Relativamente bem conhecida é também a história da fome na China sob a ditadura comunista de Mao Tsé-Tung, em que famintos chineses tiveram de comer seus próprios filhos. Mas bem menos divulgada é a dantesca inanição que acometeu os ucranianos na década de 1930 sob a ditadura de Stálin, cujo Holodomor provocou 14,5 milhões de mortes. E ainda menos comentado é o extermínio de quase 40% da população do Camboja pelo Khmer Vermelho de Pol-Pot, que assassinava crianças com baionetas.
No entanto, todos esses exemplos ainda são mais conhecidos e relembrados do que a tragédia de proporções bíblicas geradas pelo socialismo africano.
Quem ainda se lembra, no início da década de 1980, das imagens (fortíssimas) de crianças famintas na Etiópia? Crianças totalmente desnutridas, mas com as barrigas inchadas pela Kwashiorkor, e olhos cobertos de moscas. Elas eram as vítimas inocentes das políticas econômicas do Derg — um grupo de militantes marxistas que havia assumido o controle do país e implantado um programa de estatização de empresas e propriedades, de controle de preços, de proibição do comércio de cereais.
Entre 1983 e 1985, aproximadamente 400.000 pessoas literalmente morreram de fome no país. Enquanto isso, o governo direcionava o equivalente a 46% do PIB em gastos militares (um governo comunista precisa de um exército forte para lhe dar sustentação).
Previsivelmente, o Derg atribuiu toda a tragédia à seca, embora esta só tenha começado vários meses após a escassez de alimentos. Em 1991, o Derg foi deposto e seu líder, Mengistu Haile Mariam, fugiu para o Zimbábue, onde vive até hoje, protegido pelo governo marxista daquele país e vivendo à custa do povo zimbabuense.
E, por falar em Zimbábue, em 1999, Robert Mugabe, o ditador marxista de 92 anos de idade que chegou ao poder em 1980, decidiu implantar um programa de "reforma agrária". Sob este programa, propriedades rurais privadas foram estatizadas e todos os agricultores e empreendedores que não eram nascidos no continente africano foram expulsos.
O resultado foi um completo colapso da produção agrícola do país. A escassez de alimentos fez com que seus preços subissem continuamente, gerando a ideia de que estava "faltando dinheiro" para as pessoas adquirirem esses alimentos. Ato contínuo, o governo teve a ideia de simplesmente imprimir dinheiro para contrabalançar essa "escassez" de dinheiro. Como consequência, o país vivenciou a segunda maior hiperinflação da história, a qual alcançou módicos 79.600.000.000% (setenta e nove bilhões e seiscentos milhões por cento) ao mês, o que dava uma taxa de 98% ao dia.
Já o desemprego chegou a humildes 94%, contrariando a ideia keynesiana de que criação de dinheiro e inflação geram mais emprego e crescimento econômico.
Milhares de zimbabuenses morreram de inanição e de doenças relacionadas à desnutrição, não obstante o país ter sido o destinatário de maciços programas de ajuda internacional.
Como também ocorreu na Etiópia, o governo do Zimbábue culpou o clima, roubou a maior parte do dinheiro da ajuda estrangeira, e negou comida e remédios para seus oponentes políticos."
Fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2420
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