terça-feira, 17 de abril de 2018

Uma breve refutação ao marxismo




Uma breve refutação ao marxismo

Publicado: abril 5, 2018 em Marxismo

"A tese marxista.
O pilar central da economia marxista é a teoria do valor-trabalho de Smith (1776) Ricardo (1817). Para Marx (1867) o valor depende da quantidade de trabalho socialmente necessário para a produção de determinado bem. O acumulo de capital e a disparidade econômica entre empregador e empregado se daria pelo lucro, resultado do não pagamento do valor integral da produção ao contratado. Este é o germe da “mais-valia” demonstrando uma irredutível exploração do sistema capitalista, no qual o trabalhador estaria alienado dos meios de produção devido ao domínio privado das classes dominantes. Isso seria reflexo de um processo histórico chamado “luta de classes” (1852) que só teria fim com uma revolução comunal capaz de extinguir a propriedade privada, as classes sociais e condições exploratórias, dando origem a uma hipotética sociedade igualitária, próspera e justa (1848).

A Revolução Marginalista.
Poucos anos após a disseminação da tese marxista houve a Revolução Marginalista, dando origem a economia neoclássica, austríaca e matemática através de Jevons (1870), Menger (1871) e Walras (1874). As teorias clássicas foram revisadas ou abolidas, como a teoria do valor-trabalho. Como descreveu Menger o valor de um bem não depende da quantidade de trabalho impresso, mas da importância subjetiva dada pelos consumidores. O “valor é subjetivo” e decresce na medida em que novas unidades do mesmo bem são adquiridas. Böhm-Bawerk (1896) acrescenta com a “Escolha Intertemporal” que bens demandam tempo para serem produzidos, de modo que colaboradores não esperam o resultado final do processo produtivo e não compartilham da incerteza dos resultados seja lucro ou prejuízo, optando por um recebimento fixo prévio e contratual.

Exemplificação da realidade.
Valor, preço e lucro independem de tempo laborado. Suponha que a empresa A e B produzem camisas de forma homogênea (tempo/custo). A empresa A decide produzir um lote estampado com Ayn Rand e a B com Che Guevara. Em face à demanda por Che, o lote B se esgota rapidamente, inflacionado preços e elevando a lucratividade e o acumulo de capital. Já o lote A fica meses sem venda, forçando até mesmo uma venda abaixo do custo, causando prejuízo. Mesmo assim já pagou os custos incluindo salários, meses antes com capital previamente acumulado, auxiliando colaboradores já que devido à incerteza não é possível calcular o tempo nem o resultado final para pagamentos integrais. Além disso, o capital não se destina em exclusivo ao pagamento de salários, mas para investimentos, pesquisa de métodos mais eficientes, aumento da produtividade, empregos e somente então a renda derivada dos fatores anteriores, não o contrário.

Porque o marxismo nunca funcionaria?
Segundo Mises (1940) o sistema marxista inevitavelmente colapsará gerando escassez ou desperdícios de recursos devido ao Problema de Cálculo Econômico. Sem propriedade privada não há trocas voluntárias, existência de mercado e formatação de preços cujos algarismos cardinais servem como referenciais contábeis para a alocação racional dos recursos econômicos acentuando oferta à demanda, além de demonstrar quais os fatores de produção mais eficientes. Para Hayek (1974) na ausência das informações que são transmitidas através do sistema de preços, há supressão dos planos individuais, centralização da tomada de decisão a cerca de uma gama de informações indelineáveis referentes a cada agente econômico. Na medida em que o planejador falha há revoltas populares e a supressão pela força, até que o sistema desmorona por completo como na URSS.

O marxismo é científico?
Marx apoiou suas ideias num suposto método científico chamado “materialismo histórico”. Para Popper (1880) a perspectiva marxista da história exclui a subjetividade e a incerteza decorrente de eventos que não podem não determinísticos que não podem ser catalogados. Segundo o pensador (1934) a teoria marxista possui características dogmáticas e reducionistas, não sendo passiva à falseabilidade do método cientifico. Marx falhou em suas previsões críticas ao capitalismo, fez deduções sem embasamento experimental, negou o método tradicional da ciência criando o próprio e sua teoria fracassou em todos os experimentos laboratoriais (1921). Em suma não há qualquer motivo para considerar o método de Marx científico, tão pouco suas teorias cujos resultados experimentais foram catastróficos.

Conclusão:
Desde meados de 1870 a teoria do valor-trabalho foi derrubada e com ela desmoronou toda teoria marxista, cujo fundamento se assenta na tese da mais-valia. Suas demais teorias foram refutadas ao longo do tempo, em principal pelo empenho da escola austríaca de economia – sendo esta uma das suas mais relevantes contribuições até a queda do Muro de Berlim. É possível supor que a persistência desta doutrina no mundo acadêmico consiste numa tradição com fundo político, propagando não somente pelo seu grande impacto na história, mas porque mantém acesa a chama de interesses totalitários."

Referências:
• SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. 1776
• RIRCARDO, David. 1817
• MARX, Karl. Manifesto do Partido Comunista. 1848
• MARX, Karl. 18 de Brumário de Luiz Bonaparte.1852
• MARX, Karl. O Capital. 1867
• JEVONS, Stanley William. Lições Lógicas Elementares. 1870
• Menger, Carl. Princípios de Economia. 1871
• WALRAS, Leon. Elementos da Economia Política Pura. 1874
• BÖHM-BAWERK, Eugen Von. Teoria da Exploração do Socialismo-Comunismo. 1890
• MISES, Ludwig Von. Ação Humana. 1940
• HAYEK, Friedrich. O Caminho da Servidão . 1974
• POPPER, Karl. A Lógica da Pesquisa Científica. 1921
• POPPER, Karl. Miséria do Historicismo. 1934

https://resistenciaantisocialismo.wordpress.com/2018/04/05/uma-breve-refutacao-ao-marxismo/

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